De acordo com o relatório de ontem, a inflação nos EUA desacelerou para seu nível mais baixo desde 2021 em junho, levando a discussões de que o Federal Reserve pode em breve reduzir as taxas de juros. O índice de preços ao consumidor (CPI) principal, que exclui os custos de alimentos e energia, subiu apenas 0,1% em comparação com maio, marcando o crescimento mais fraco em três anos. O índice geral até caiu 0,1% pela primeira vez desde o início da pandemia de coronavírus.

Vale ressaltar que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, destacou o progresso na redução dos preços no início desta semana, após um aumento inesperado no primeiro trimestre. Os dados de ontem ajudarão significativamente Powell e seus colegas a ganhar a confiança necessária para reduzir as taxas. Os participantes do mercado estão agora apostando em setembro como o mês em que as taxas serão reduzidas pela primeira vez desde o aumento inicial, há dois anos. Os formuladores de políticas terão a oportunidade de sinalizar isso na reunião de julho, especialmente porque o desemprego tem aumentado por três meses consecutivos.

Falando aos legisladores esta semana, Powell evitou discutir o momento de um possível corte de taxa e insistiu que as ações de política seriam determinadas pelos dados recebidos. O próximo discurso do presidente do Fed está agendado para segunda-feira, em uma discussão moderada organizada pelo Economic Club de Washington. Veremos quais comentários ele fará em relação aos dados de ontem.

Após o relatório do CPI, os títulos do Tesouro subiram, pois os traders praticamente já precificaram os cortes de taxa para setembro e dezembro. Eles também aumentaram a probabilidade de um corte em novembro — uma medida que ocorreria imediatamente após a eleição presidencial dos EUA.

O relatório também foi encorajador para o presidente Joe Biden, especialmente considerando os apelos de seus colegas democratas para que ele desistisse de concorrer à reeleição.

Como mencionado anteriormente, uma contribuição positiva para o relatório veio dos preços das habitações, que subiram apenas 0,2%, o menor crescimento desde agosto de 2021. O aluguel equivalente aumentou 0,3%, o menor aumento em três anos. Além do crescimento mais lento dos aluguéis, as despesas com serviços, passagens aéreas, acomodações em hotéis e cuidados hospitalares internos também diminuíram em comparação com o mês anterior.

Portanto, o relatório do CPI de junho representa um avanço em relação ao sólido relatório de maio, o que provavelmente aumentará a confiança do FOMC na trajetória da inflação e no alcance de suas metas. Isso também deve estabelecer uma base sólida para que o Fed comece a reduzir as taxas em setembro, o que poderá resultar em uma significativa queda do dólar em relação aos ativos de risco.

No panorama técnico atual do EUR/USD, os compradores estão focados em alcançar o nível de 1,0875. Posteriormente, poderá subir para 1,0940, mas alcançar isso sem o apoio de grandes investidores será bastante desafiador. O objetivo final será um máximo de 1,0960. Em caso de queda do instrumento de negociação, espero ações significativas dos grandes compradores apenas em torno da área de 1,0845. Caso não haja atividade nesse ponto, seria prudente esperar por uma queda para o mínimo de 1,0815 ou abrir posições longas a partir de 1,0785.

No panorama técnico atual do GBP/USD, os compradores da libra estão mirando a resistência mais próxima em 1,2945. Somente isso permitirá direcionar para 1,2990, acima do qual a quebra será bastante desafiadora. O objetivo final será a área de 1,3030, após a qual poderemos considerar um salto mais pronunciado da libra em direção a 1,3070. Se o par cair, os vendedores tentarão assumir o controle em 1,2900. Caso tenham sucesso, a quebra desse nível será um golpe sério para as posições de compra e poderá levar o GBP/USD a um mínimo de 1,2870, com a possibilidade de chegar a 1,2840.